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23 de Abril de 2024

A Venezuela é comunicada de sua suspensão do Mercosul

A Venezuela não cumpriu com obrigações, dizem chanceleres de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Publicado por Adeilson Oliveira
há 7 anos

Os Chanceleres comunicam Venezuela de suspenso do Mercosul

Os Chanceleres da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países fundadores do Mercosul, anunciaram nesta sexta-feira dia 02 de dezembro de 2016, que comunicaram a Venezuela de sua suspensão do bloco, segundo comunicado divulgado pelo Ministério de Relações Exteriores da Argentina.

Nesta quinta-feira, a Venezuela completou quatro anos de adesão ao Mercosul, e este foi o prazo máximo dado ao país pelos outros membros para que os venezuelanos cumprissem todas as normas de adesão. "No dia de ontem foi analisado o estado de cumprimento das obrigações assumidas pela Venezuela, constatando-se o estado de descumprimento", diz a nota.

A Venezuela foi admitida no Mercosul em 2012, em uma manobra dos governos de Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, da Argentina. Depois da suspensão temporária do Paraguai, causada pelo impeachment do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, Brasil e Argentina convenceram o Uruguai a acelerar a admissão da Venezuela, que só dependia da aprovação do Congresso paraguaio.

O país entrou oficialmente no bloco em dezembro do mesmo ano e, depois de ser readmitido, o Congresso do Paraguai, em uma negociação tocada pelo presidente Horácio Cartes, concordou em aprovar sua admissão para regularizar a situação.

A Venezuela, no entanto, descumpriu a maior parte dos prazos de adesão ao bloco, especialmente nas questões econômicas. O problema foi a solução encontrada por Brasil, Paraguai e Argentina, para evitar que o país assumisse a presidência pro tempore do bloco em julho deste ano, como deveria ter acontecido, e abriu caminho para a suspensão.

Divisão ideológica

Após uma década de forte crescimento econômico e políticas de esquerda ao redor da América do sul que levaram o Mercosul a abraçar a Venezuela, a suspensão agora enfatiza a divisão ideológica na região, que sofre com a queda nos preços das commodities e com a fragilidade econômica.

A decisão do bloco também isola ainda mais o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que é acusado de exacerbar as crises política, econômica e humanitária que assolam o país.

Reingresso

Para reingressar ao Mercosul -bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai-, a Venezuela terá de renegociar os termos de sua participação de acordo com as regras comerciais e de imigração do bloco, segundo informações divulgadas pela Reuters.

A Venezuela disse ao bloco que cerca de 130 normas, que inclui um acordo sobre direitos humanos, são "inadmissíveis". Isso sinaliza que qualquer negociação para uma readmissão deve ser tensa e levar anos, disse uma autoridade brasileira envolvida nas negociações com a Venezuela, citada pela agência.

"Eles não poderão reingressar no bloco se houver alguma coisa que vá fundamentalmente contra o Mercosul", disse a autoridade, que pediu por anonimato para poder falar livremente sobre o assunto.

'Entraremos pela janela'

Em setembro, o presidente venezuelano Nicolás Maduro reagiu, dizendo que se eles expulsassem seu país do grupo, ele entraria no bloco "pela janela".

"Expulsar-nos? Pois sim! Se nos mandam embora pela porta, nós entramos pela janela, mas do Mercosul ninguém tira a Venezuela" , afirmou. "O que está tentando fazer a tríplice aliança dos governos neoliberais, de direita, antipopulares, pró-imperialistas de Paraguai, Brasil e Argentina não tem nome", disse Maduro.


FONTE: G1 MUNDO

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33 Comentários

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"Entraremos pela janela..."

Essa frase diz tudo das idéias "populares e democráticas" daquele amadurecido senhor.

Ele que se cuide pois Tio Donald vem aí. continuar lendo

Porque o mundo e a mídia dão "vozes" a tão absurdos seres.

Deveriam ser enterrados pela mídia, esquecidos, de uma forma tão efetiva que para ouvir sua voz, suas insensatas palavras teriam que gritar em um caverna ou um penhasco; apenas ouviria seu próprio "eco". continuar lendo

Huguinho, Zézinho e Luizinho vão tremer na base!

Ops!

Huguinho já era! Muerto!
Zézinho está na cadeia!
E o Luizinho quase indo para Curitiba bater um papo com o Sérgio que vai uni-lo ao irmão de companheiragem! continuar lendo

O Pateta é consultado a cada quatro anos no Brasil e insiste em querer decidir o resultado da eleição logo no primeiro turno votando 13, 45 e, na maioria das vezes implicitamente, 15! continuar lendo

O Mercosul foi um projeto muito bem vindo, mas tá na hora de ir embora.
O Brasil ganharia muito mais fechando bons acordos de comércio e cooperação país a país.
Teríamos um efeito pragmático e nos livraríamos do entulho ideológico/burocrático. continuar lendo

Norberto, concordo inteiramente contigo. a primazia que o Brasil deveria ter ele até hoje não conseguiu, fez mais concessões do que obteve benefícios, e é um bloco que além de não ter expressão política é insignificante financeiramente. continuar lendo

O Mercosul tem como membros efetivos, o Brasil, a Argentina, o Paraguai, o Uruguai e a Venezuela, e como membros associados a Bolívia, o Chile, o Peru, a Colômbia e o Equador.

Uruguai, Chile, Bolívia, Venezuela, Equador, não reconhecem Temer como presidente, e a Colômbia não se pronunciou.

Pergunto: Que tipo de acordo o Brasil pode fazer com países que não reconhecem o seu governo, ou seja, quem fecha os acordos é o Presidente da República como Chefe de Estado, e se este não é reconhecido pelos governos da maioria dos países integrantes do Mercosul, qualquer acordo fechado entre estes países seria nulo.

Por que permanecer em um bloco no qual a maioria é contra o governo brasileiro? Aliás, o Brasil deveria não só se retirar do Mercosul, mas também da UNASUL (União das Nações Sul Americanas), cujo secretário-geral, Ernesto Samper, fez declarações sobre a conjuntura política no Brasil, que qualificam de maneira equivocada o funcionamento das instituições democráticas do Estado brasileiro.

Os argumentos para a declaração além de absurdos trazem juízos de valor infundados e preconceitos contra o Estado brasileiro e seus poderes constituídos, fazendo interpretações falsas sobre a Constituição e as leis brasileiras.

Além disso, transmitem com clara intenção de prejudicar a sucessão ocorrida no Brasil com a afirmação absurda de que as liberdades democráticas, o sistema representativo, os direitos humanos e sociais e as conquistas da sociedade brasileira se encontram em perigo. A realidade é outra.

As declarações absurdas do secretário-geral são incompatíveis com as funções que exerce e com o mandato que recebeu do conjunto de países sul-americanos nos termos do Tratado Constitutivo e do Regulamento Geral da UNASUL.”

Já passou da hora do Brasil se retirar do Mercosul e da UNASUL e deixar de dedicar tempo precioso para de defender de quem deveria apoia-lo e dedicar este tempo construindo novas parcerias que possam trazer benefícios ao Brasil e a sua população, de preferência com países de maior expressão mundial. continuar lendo

Fábio, acredito que o grande equivocado aqui é você. A expulsão da Venezuela é "estritamente" ideológica, pois o Brasil "mudou" de presidente e equipe de governo, ou seja, mudou de ideologia. O fato do golpe parlamentar brasileiro de 2016 ser uma "sucessão" constitucional não passa de uma "mera opinião", também ideológica. Países importantes da América Latina não reconhecem Temer, e isso é muito sério. E vai bem além da ideologia. E o Estado de Direito está em perigo, sim. Vide as atuais manobras legislativas dos 3 poderes atualmente. continuar lendo

Só anarquistas fazem acordos com seus iguais.
E não é de se admirar que isso tenha sido feito nos governos Dilma e o da vizinha. continuar lendo

Má escolha de palavras

Pesquise melhor o significado de anarquismo continuar lendo