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24 de Abril de 2024

Polícia investiga suposto crime de ódio em Santa Catarina

Justiça espera autorização de parente de 1º grau para enterro no Brasil. Delegado trabalha com as hipóteses de crime de ódio ou latrocínio.

Publicado por Adeilson Oliveira
há 9 anos

Corpo de haitiano morto no litoral de SC aguarda liberao aps trs dias

Três dias após o assassinato do haitiano Fetiere Sterlin, de 33 anos, em Navegantes, no Litoral catarinense, a viúva, que é brasileira, ainda aguardava na tarde desta terça-feira (20) a liberação do corpo do companheiro pelo Instituto Médico Legal. À RBS TV, o delegado Rodrigo Coronha afirmou que apura se houve crime de ódio ou latrocínio, já que os documentos e o celular da vítima foram levados.

Segundo informou o delegado, dois adolescentes, de 15 e 16 anos, foram ouvidos e liberados nesta terça (20). Imagens de câmeras de segurança da região serão coletadas para a investigação.

O crime ocorreu na noite de sábado (17). Fetiere estava sentado na frente de casa com a mulher, no bairro Machados, quando foi agredido por um grupo, armado de facas e pedaços de pau. Ele foi ferido por vários golpes de faca e morreu a caminho do hospital.

Enterro no Brasil

Segundo Instituto Médico Legal de Itajaí, falta uma autorização de um parente de primeiro grau para que o corpo seja liberado para enterro em Navegantes.

"Ele vivia maritalmente com a mulher, mas não eram casados no civil. Um primo-irmão dele chegou a enviar um documento, mas, por não ter o mesmo sobrenome, não foi reconhecido", disse o presidente da Associação dos Haitianos de Navegantes, João Edson Fagundes. Um novo documento deveria ser encaminhado ainda nesta terça, informou o presidente.

Xingamento

Conforme o relato da mulher e de haitianos que vivem na comunidade onde morava Fetiere ao presidente da associação, pelo menos 10 pessoas participaram do crime.

Corpo de haitiano morto no litoral de SC aguarda liberao aps trs dias

"A maioria era adolescente, com envolvimento no tráfico de drogas. Mataram após um bate-boca, uma confusão por falta de instrução", disse Fagundes. Na versão contada pela mulher da vítima, os adolescentes teriam xingado Fetiere de "macici", que equivale a homossexual na língua crioula.

Bate-boca

Conforme Fagundes, Fetiere e a mulher estariam às 23h de sábado no bairro Nossa Senhora das Graças quando houve o bate-boca com os adolescentes. O casal teria tentado ir a um bar, que toca música haitiana, com outro casal, mas o local já estava fechado.

"Caminhando na volta, Fetiere recebeu os xingamentos. Ele respondeu à altura para os adolescentes, xingando-os da mesma coisa, mas em português. Eles responderam que iam 'pegar' ele", contou o presidente. Depois, o grupo teria atacado o haitiano na frente da casa dele.

Haitianos em Navegantes

Segundo Fagundes, quando a associação foi criada, em 2014, cerca de 500 haitianos haviam escolhido Navegantes para morar e trabalhar. Em 2015, o número não deve passar de 200 pessoas, com a crise econômica e o fechamento de oportunidades de trabalho. Fetiere trabalhava no setor naval.

"No ano passado, um haitiano se envolveu com a mulher de um traficante e foi jurado de morte, mas sobreviveu depois de um ataque. Não havia até então nenhum crime registrado por xenofobia", contou Fagundes.

Fagundes diz que, nas redes sociais, há registros de jovens de Navegantes que dizem que os haitianos estariam tirando o trabalho de moradores da cidade, mas os registros não se tornaram boletins policiais.


Fonte: G1

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